Brasília – Após semanas de protestos de diversas categorias, a Mesa Diretora da Casa decidiu restringir o acesso ao plenário. Um ato aprovado na quarta-feira, 8, definiu que apenas assessores credenciados poderão ocupar a Tribuna de Honra da Casa. Agora, pessoas que vierem acompanhar as votações só poderão ficar nas chamadas galerias, onde o contato com senadores é mais restrito.
A medida foi tomada após diversos senadores reclamarem da pressão que estavam sofrendo durante as votações. Nessa quarta, o Senado foi tomado por dois protestos. Enquanto aposentados pressionavam pela aprovação da Medida Provisória da política do salário mínimo, servidores do Ministério Público pediam o aumento dos seus salários.
Na ocasião, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a afirmar em dois momentos que só iria colocar em votação o projeto do reajuste se os manifestantes “silenciassem” as vuvuzelas.
Também causou mal-estar entre os parlamentares o fato de os aposentados terem vaiado o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que apresentou uma emenda à MP que estendeu a política do mínimo aos beneficiários da Previdência Social.
“Eu quero lamentar que estejam transformando o Senado em um corredor polonês. Eu tenho 12 anos de Senado e nunca vi uma confusão tão grande quanto nas últimas semanas”, disse o líder do governo, senador Delcídio Amaral (PT-MS), em solidariedade a Cristovam.
O petista Paulo Paim (RS), porém, apoiou os manifestantes. “Por que agora não se pode fazer a pressão democrática, dialogando com o Congresso Nacional?”, questionou.
Na semana passada, o Senado foi tomado por um dos mais longos – e barulhentos – protestos da história da Casa. Servidores do Judiciário passaram dias com buzinazos dentro e fora do Congresso para que o reajuste da categoria fosse aprovado – o que acabou acontecendo.
No mês passado, uma manifestação contra a aprovação do projeto que muda as regras de exploração do pré-sal acabou em tumulto. A Polícia Legislativa teria usado até mesmo um taser (aparelho de choque) para conter os manifestantes que se recusavam a deixar as galerias do Senado.
Via Estadão