Depois de pressionado, Alexandre Frota renuncia à indicação para área de Cultura da transição
Por Lauro Jardim
24/11/2022 20h49 Atualizado há 39 minutos
Alexandre frota, Reprodução
Alexandre Frota acaba de postar no Twitter uma mensagem anunciando que vai “declinar do convite” para integrar a equipe de Cultura da transição.
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Escreveu Frota:
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“Fala pessoal,tenho visto os ataques covardes e preconceituosos que eu tenho recebido por ter sido convidado para a transição na Cultura,ataques inclusive a minha família vem de uma ala da esquerda sapatênis do Leblon. O Preconceito está na Transição que fala em um País Plural. O Preconceito está na cabeça deles que falam da diversidade, de oportunidades pra todos, de respeito as diferenças, sem julgamentos (não é bem assim ).Como estou de boa e não quero problemas,vou ficar com minha família e declinar do convite .Obrigado”.
Ao mesmo tempo em que Frota tuitou essa mensagem, Marcio Tavares, secretário nacional de Cultura do PT e integrante do grupo ao qual o ator e deputado acaba de sair, mandou o seguinte recado a um grupo de artistas ligados ao PT:
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”Após as articulações e iniciativas realizadas, o deputado federal Alexandre Frota não estará mais no grupo de acompanhamento da transição na cultura.”
Frota renunciou à nomeação após muita pressão.
Desde que o seu nome foi anunciado na tarde de terça-feira para integrar a equipe da transição na área de Cultura, a reação da classe artística foi vigorosa. Foi iniciada ali mesmo uma movimentação de bastidores para mandar sua indicação para o espaço.
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Uma carta condenando o ato foi escrita e as assinaturas reluzentes de artistas insatisfeitos começaram a aparecer. Gente do calibre de Chico Buarque, Marieta Severo, Daniela Mercury e Caetano Veloso, entre dezenas de outros.
Inicialmente, o PT resistiu. O argumento central era o de que Frota fora indicado pelo PROS, um dos partidos que apoiaram Lula desde o primeiro turno. Outras duas justificativas também eram dadas: a de que Frota integra a Comissão de Cultura da Câmara e tem votado contra o governo e afinado com o PT; e que Frota pode ajudar com seu voto na aprovação da PEC da Transição.
Os artistas não se convenceram. Até Janja entrou na roda. Tentou acalmar os ânimos de alguns interlocutores da área artística argumentando que a política era feita também desta maneira, que existe a hora de ceder. Não conseguiu. Foram dois dias de muitas conversas em grupos de WhatsApp e pelo telefone. Gleisi Hoffmann também articulou uma solução para a saída de Frota, levando o problema ao PROS.
Finalmente hoje, pouco antes de o Brasil entrar em campo para sua estreia na Copa, os artistas receberam a informação de que Frota fora convencido a renunciar. Não se sabe quais os argumentos o persuadiram. Mas ele prometeu postar um tuíte comunicando sua renúncia — o que acaba de fazer.